quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

As abelhas e o clima

28/12/2010 - 05:39:00

Atualmente, o tema "mudanças climáticas" tem gerado calorosas discussões em todo o mundo. Os pesquisadores buscam compreender e encontrar soluções para mitigar o processo de aquecimento global que poderá, num futuro próximo, atingir diversos organismos presentes em ambientes naturais ou mantidos pelo homem. Em relação às abelhas, este interesse não é menor, já que esses insetos, por serem sensíveis às mudanças ambientais, podem ser bons indicadores para o processo de Aquecimento Global.

As abelhas, que já vem sofrendo forte pressão de diversos fatores como os desmatamentos, que destroem tanto as suas fontes de alimento como de abrigo, o uso indiscriminado de pesticidas nas lavouras e os surtos de pragas e doenças, encontram no processo de Aquecimento Global mais uma importante barreira para seu sucesso. E não é à toa que, nos últimos anos, tem sido grande a preocupação com os casos de desaparecimento de populações desses insetos em vários países, principalmente em virtude de seu importante papel como agente polinizador de culturas agrícolas e de ambientes naturais.

Apesar da capacidade de adaptação das abelhas a diferentes ambientes, as colônias desses insetos podem sofrer grandes prejuízos com as variações das condições climáticas. Embora as abelhas adultas sejam relativamente tolerantes às variações térmicas, suas crias são sensíveis a pequenas variações da temperatura do ninho. Para o bom desenvolvimento das formas jovens, a área de cria do ninho deve ser mantida a temperaturas entre 30 a 35°C, já que as temperaturas acima desta faixa podem prejudicar o desenvolvimento larval, principalmente a metamorfose. Além disso, em temperaturas acima de 40°C, os favos de cera cheios de mel podem amolecer e quebrar.

Uma temperatura elevada no interior da colônia pode por em risco tanto o desenvolvimento populacional como o armazenamento de alimento; com isso, as abelhas tomam uma série de medidas para evitar o superaquecimento. Inicialmente, as abelhas adultas se dispersam pelo ninho e começam a promover a ventilação, pelo batimento das asas, de forma a criar correntes de ar que favorecem a saída do ar quente e entrada de ar fresco. Adicionalmente, as operárias podem promover a evaporação de pequenas gotas de água, espalhadas nos favos ou expostas nas suas próprias línguas. Por isso, é grande a importância da manutenção de fontes de água nas proximidades da colônia. Também visando a diminuição da temperatura, parte das abelhas pode sair da colméia, formando aglomerados do lado de fora para reduzir a produção de calor e facilitar a ventilação. Entretanto, tudo isso gera um gasto energético extra para a colônia, que emprega tempo e recursos para o controle da temperatura, deixando de realizar outras atividades como coleta de néctar e pólen para o armazenamento de alimento.

Apesar destes mecanismos de termorregulação permitirem a sobrevivência das abelhas em situações de estresse térmico, existem determinadas condições que dificultam estas medidas; por exemplo, quando ocorre a escassez de água ou quando a colônia se encontra enfraquecida, com população pequena, o que dificulta o controle da temperatura. Nesses casos, pode ocorrer o que se chama "enxame abandono", quando toda a colônia deixa aquele local devido as condições desfavoráveis, e o enxame sai à procura de um outro lugar para o estabelecimento do ninho.

Esta situação é indesejável para os apicultores, que terão que recapturar ou comprar novos enxames para repor os que foram perdidos, o que pode comprometer a produtividade. Além disso, as colônias que enfrentam esta situação têm sua capacidade produtiva comprometida, visto que estão ocupadas na manutenção da temperatura e não na coleta de néctar e pólen.

Outros elementos climáticos como umidade relativa do ar, radiação solar, precipitação, velocidade do vento e pressão atmosférica têm um efeito determinante em relação ao estabelecimento e desenvolvimento de colônias de abelhas. Dessa forma, considera-se importante o monitoramento dessas variáveis e a avaliação de sua influência nas colônias de abelhas, visando o estudo dos impactos que as mudanças climáticas podem provocar sobre esses organismos e possíveis ações que possam minimizar esses efeitos.


Fonte: Embrapa Meio-Norte

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Mel de Abelha Nativa Cura Infecções dos olhos?

É bastante comum ouvirmos as pessoas falarem dos poderes terapêuticos dos méis das nossas abelhas nativas.

Um exemplo comum, é que o mel de  ASF é capaz de curar a catarata e outras infecções nos olhos.

Eu pessoalmente nunca ouvi um relato direto. Quero dizer, nunca alguém contou um caso concreto que tenha presenciado ou vivido.

Isto mudou neste último domingo, dia 12  de dezembro. O casal que cuida do nosso sítio relatou que um cão deles estava com um dos olhos quase que totalmente encoberto, segundo eles, com uma "carne". Eles já consideravam que o animal estava cego deste olho.

Como o filho deles havia a pouco tempo coletado uma pequena quantidade de mel de jataí da terra, resolveu então aplicar no olho deste cão. Segundo eles o resultado foi incrível,  se não tivessem presenciado o fato teriam dificuldade em acreditar, já que em pouquíssimo tempo o olho do animal já estava completamente normal. Isto sem a utilização de mais nada, além do mel.

Eu vi o animal (apenas depois de curado) e realmente o olho dele está com uma aparência normal, sem qualquer tipo de seqüela.

João Luiz.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Criação da Câmara Tecnica da Meliponicultura

        É Sempre muito bom acompanhar o  que os colegas estão fazendo pela meliponicultura e pela natureza como um todo.
         Abaixo um comunicado do amigo Aldivar de Curitiba - PR, enviado para o grupo Abena, dando conta dos resultados surgidos das resoluções do 4º Seminario Paranaense de Meliponicultura e os próximos passos.
          Desejamos aos companheiros de Curitiba e de todo o Brasil sucesso nos trabalhos. Juntos construiremos uma meliponicultora forte, de forma que,  juntos com os outros setores ligados à preservação, possamos ajudar a sociedade a reconstruir o Brasil de forma consciente, progressiva e sustentável. 



    Amigos da ABENA, tenho a grata satisfação de comunicar-lhes, que como foi encaminhado nas resoluções do 4 Seminário Paranaense de Meliponicultura, foi dado o ponta pé inicial para criação da Câmara Técnica da Meliponicultura, que em Fevereiro de 2011, na primeira Reunião do Grupo de Meliponicultura que acontecera na SEAB, dia 17 Fev 2011, já  estará atuando como Câmara Técnica.
                      Dia 08 Dez de 2010, tivemos a reunião de avaliação do 4 Seminário Paranaense de Meliponicultura, o qual foi julgado por todos os presentes como excelente, inclusive pelo modelo adotado pelos Organizadores, com oficinas e salas temáticas, e minha grata satisfação é constatar que tudo aquilo que gostaríamos de contar para o desenvolvimento dessa atividade, hoje podemos falar que já as temos. Na reunião do dia 08 Dez, tivemos a presença do Prof. Renato da UFPR, representando o grupo de pesquisa que junto com os colegas de Ribeirão Preto-SP, Crus das Almas-BA e outras Universidades e Faculdades, poderão acelerar ainda mais as pesquisas, também a presença do Sr Renato Técnico do TECPAR, Instuto de pesquisa e Certificação do Estado do Paraná, o qual poderá nos dar um grande auxilio nas pesquisa de produtos do Propolis, nas analises dos méis e polém, e nas certificações, contamos também com a presença do Sr Valcir Tecnico do CPRA, Centro Paranaense de Referencia em Agroecologia, o qual poderá desenvolver técnicas de manejo, criar cursos para o desenvolvimento da meliponicultura junto as comunidades de Assentados da Reforma Agrária, Agricultura Familiar, no desenvolvimento de uma produção mais limpa sem Agrotóxico, colocando a Meliponicultura como uma opção para a exploração sustentável da Reserva Legal, Mata Ciliar e no Sistema Agro florestal, e na difusão dos Polinizadores que entre eles estão as nossas queridas ASF, Entre eles Temos como sempre os Incansáveis Roberto Carlos de Andrade o grande Motivador da SEAB, Hermes Palumbo grande instrutor do SENAR, Marcos Antonio Dalla Costa, Secretario de Agricultura e Meio Ambiente de Mandirituba e o Idealizador e um dos fundadores da Associação dos Meliponicultores de Mandirituba, e os demais Sr Lucas Meliponicultor, Humberto Meliponicultor, Pacher Meliponicultor e eu Aldivar Meliponicultor.

                    Abraços Aldivar - Curitiba-PR

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A partir de 2030, a mudança climática causará indiretamente cerca de um milhão de mortes por ano, trazendo, também, prejuízos anuais de 157 bilhões de dólares, segundo informe divulgado em Cancún, México.
A miséria se concentrará em mais de 50 dos países mais pobres do planeta, mas os Estados Unidos vão pagar o maior preço econômico, diz o estudo.
“Em menos de 20 anos, quase todos os países do mundo perceberão sua alta vulnerabilidade ante o impacto do clima, à medida que o planeta se aqueça”, advertiu o relatório apresentado na conferência da ONU sobre o clima celebrada em Cancún, leste do México.
O estudo, compilado por uma organização humanitária de países vulneráveis a mudanças climáticas, avaliou a forma como 184 nações serão afetadas em quatro áreas: saúde, desastres climáticos, perda do hábitat humano devido à desertificação e à elevação do nível do mar, além do estresse econômico.
Os que enfrentam “aguda” exposição são 54 países pobres ou muito pobres, incluindo a Índia. São os que sofrerão desproporcionadamente em relação a outros, porque são os últimos culpados pela emissão de gases de efeito estufa que provocam as mudanças, diz o informe.
“Se não houver ações corretivas”, diz uma nota à imprensa, que acompanha o estudo, o mundo “se dirigirá a uma triste situação”.
Mais da metade dos 157 bilhões de dólares em perdas – em termos da economia atual – terá lugar nas potências industrializadas, encabeçadas por Estados Unidos, Japão e Alemanha. Mas em termos de custo para o PBI, a proporção será muito menor nestas nações.
O documento foi divulgado por DARA, uma ONG com sede em Madri, e o fórum climático vulnerável, uma coalizão de ilhas-nação e outros países mais expostos à mudança climática.
As delegações de mais de 190 nações estão reunidas em Cancún desde 29 de novembro e até 10 de dezembro com o objetivo de reavivar a negociação internacional sobre a luta contra a mudança climática. (Fonte: G1)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Abelhas nativas sem ferrão (ASF) como agentes polinizadores


 
Voando de flor em flor em busca do néctar, fonte dos diversos açúcares que compõem o mel ou do pólen, fonte de proteínas para o desenvolvimento da cria, as ASF executam um serviço da maior importância para as plantas que dependem da polinização cruzada. Quando transferem grãos de pólen de uma flor (gametas masculinos) para o estigma (receptor feminino) de outra flor da mesma espécie fecha-se o ciclo inicial da geração de novas plantas.
 
Assim, ao longo de centenas de viagens, as ASF contribuem instintiva e naturalmente com o surgimento de frutos de maior qualidade, melhor apresentação e mais sementes.
E isto é polinização: uma relação benéfica entre as plantas e as ASF polinizadoras. Um serviço ambiental da maior importância, fundamental na preservação de matas e melhoria dos projetos agrícolas.
 
Dentre todos os polinizadores da natureza, os insetos, dentre eles as ASF, são os mais importantes, possuindo mecanismos apropriados para o transporte dos grãos de pólen.
 
Muitas plantas dependem da polinização cruzada ou alogamia por terem alguma característica que as impedem de executar a auto-polinização. Por exemplo, elas podem ter flores somente masculinas ou somente femininas; maturação diferenciada entre os órgãos reprodutores, precisando associar-se a uma segunda ou terceira planta que complemente o ciclo; grande distância entre estigma e estame; ou, ainda, flores com morfologia rebuscada, dificultando ou impedindo a transferência de grãos de pólen.
 
Pesquisas utilizando abelhas na polinização aumentaram a qualidade e produtividade de culturas como: abóbora, café, cebola, maçã, pêssego e laranja, entre outras. As ASF melhoram a variabilidade genética entre plantas da mesma espécie. E em plantas que não dependem da polinização cruzada existem registros de melhora da quantidade e do número de grãos e sementes, originando plantas mais vigorosas e produtivas. Mas ainda há muito que se saber sobre essa atividade.
 
Conclui-se que as ASF e as flores estão intimamente relacionadas. Não só pela produção de mel, mas por seu valor como seres indispensáveis para manter e perpetuar as plantas e ampliar
a produção agrícola.
 
Sem os polinizadores o produtor é que terá de executar essa tarefa, o que seria inviável em plantas de flores minúsculas ou em grandes quantidades de flores. Logo, esse é um serviço de ecossistemas, sendo mais barato preservar do que pagar os custos dos prejuízos da destruição ambiental.
 
Então precisamos promover e expandir a conscientização sobre o valor da diversidade de polinizadores e os seus benefícios. Desenvolver incentivos como o da "Pollinator Partnership", uma ONG dos Estados Unidos que premia governos e fazendeiros que os protegem. É oportuno estimular o plantio de árvores nectaríferas para formação de pasto melífero para o sustento dasASF. Enfim, manter colônias de ASF nos sítios, escolas, hortos, lotes urbanos, praças e até em apartamentos nos andares mais baixos. Assim, as ASF irão polinizar as plantas ao redor.
 
Estudos indicam que um terço da produção mundial de alimentos depende de polinizadores. Levantamentos internacionais indicam que o desaparecimento dos insetos polinizadores seria um desastre ambiental e econômico. Segundo Mc Gregor 1976, Morse and Calderone (2000), o valor das abelhas na polinização de algumas culturas é de 60 a 100 vezes o valor do mel.
 
Neste contexto, iniciativas devem ser fomentadas pelos governos, organizações não governamentais e sociedade civil, sob risco de perdermos os nossos polinizadores em função da degradação ambiental, do desmatamento contínuo, da poluição, do uso intensivo de agrotóxicos, do extrativismo predatório e da intensificação das alterações climáticas. Isto tudo têm afetado as ASF, comprometendo a natureza e a produção agrícola.
 
É dever de todos promover a preservação e o uso racional e sustentável dos polinizadores para o bem dos ecossistemas e da agricultura, para que possamos usufruir de saúde com mel, pólen e própolis das ASF.
 
ARTIGO: Jean Carlos Locatelli/ AMESG - ABENA
 
Mais informações com o autor: jeanlooc@yahoo.com.br
 

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Estudos apontam potencial da própolis verde para tratar problemas bucais

Fonte: correiobrasiliense.com.br

Nayara Menezes
Publicação: 03/11/2010 11:38

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Belo Horizonte —
Apesar de serem temidas pela maioria das pessoas por sua picada potente, as abelhas fazem muito bem ao homem, até mais do que se imagina. Além do saboroso mel, benéfico à saúde, esses espertos insetos voadores produzem a própolis, eficiente antibiótico natural que vem revelando, a cada dia, mais propriedades terapêuticas. Uma pesquisa feita pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, descobriu outra aplicação para a substância: a prevenção e o tratamento de doenças inflamatórias na boca, como gengivite, mucosite e candidíase crônica.

A partir da descoberta, o grupo, coordenado pela bióloga Esther Margarida Bastos, desenvolveu um gel e um enxaguatório bucais à base da própolis verde, um dos 13 tipos existentes no Brasil. A intenção é fazer com que os produtos sejam disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS). Caso isso ocorra, os cientistas da Funed podem disponibilizar o primeiro enxaguatório fabricado no Brasil, já que todos os existentes no mercado são produzidos por empresas multinacionais.

O ineditismo do estudo não para por aí. Em parceria com a Funed, o dentista Ronaldo Rettore Júnior realizou a primeira pesquisa mundial usando a própolis verde na prevenção e no tratamento de inflamações em implantes dentários. “Buscamos na literatura internacional alguma experiência similar e não encontramos. Somos os primeiros a usar a própolis com esse objetivo”, garante. Os testes feitos em laboratório apresentaram resultados animadores.

“O enxaguatório à base de própolis se mostrou tão eficaz quanto o convencional no tratamento dos processos inflamatórios”, afirma o dentista. Segundo ele, a clorexidina, princípio ativo usado em 90% dos antissépticos bucais, provoca efeitos colaterais no uso prolongado, como a perda do paladar e o aparecimento de manchas dos dentes. Já a própolis não apresenta nenhum desses inconvenientes. O único desafio, segundo o dentista, é chegar a uma fórmula com aroma e gosto mais atrativos, já que o natural não agrada a muitas pessoas.

Os resultados dos testes serão publicados este mês, durante a apresentação da tese de doutorado de Ronaldo Rettore, no curso de pós-graduação em implantodologia da Universidade São Leopoldo Mandic, em Campinas (SP). A partir daí, serão feitos experimentos em pacientes para confirmar os testes laboratoriais. Em seguida, se os resultados forem positivos, o produto fabricado pela Funed estará apto a ser comercializado ou oferecido pelo SUS.

Caso saia tudo de acordo com o esperado, o enxaguatório deve ter seu uso expandido, além do propósito para o qual foi criado — recuperação de pacientes com implante dentário. “Ele poderá ser usado
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por qualquer pessoa na prevenção de cáries, gengivites e outras doenças bucais, substituindo os enxaguatórios comercializados atualmente”, afirma o especialista.

Dentaduras
Outra pesquisa feita por profissionais da Funed testou a própolis no tratamento da candidíase atrófica crônica, doença comum em pessoas que usam prótese dentária total. “A maioria dos pacientes tem dificuldade em higienizar a dentadura e muitos dormem com ela, o que provoca a proliferação dos micro-organismos e causa a enfermidade”, explica Esther Bastos.

O tratamento convencional é feito com medicamentos à base de miconazol, um princípio ativo forte, que costuma gerar efeitos colaterais adversos, segundo a bióloga. Os 30 pacientes que participaram dos testes usaram o gel fabricado por 30 dias. “O medicamento se mostrou altamente eficaz”, afirma a pesquisadora. Além de não provocar efeitos colaterais, o gel também tem preço inferior ao medicamento convencional.

Os dois produtos, fabricados em parceria com as faculdades de odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já foram encaminhados para o registro de patente. “Laboratórios internacionais também demonstraram interesse em produzir os medicamentos por meio da assinatura de um convênio de transferência de tecnologia”, revela a bióloga da Funed.

Propriedades terapêuticas
Muitas pesquisas vêm sendo desenvolvidas com a própolis, que se mostrou positiva para curar várias infeções, como estomatite, amidalite e gengivite. Ela age como bactericida, cicatrizante e antisséptico; fortalece a ação imunológica no organismo; reduz efeitos colaterais de anticancerígenos e da radioterapia; previne e trata pneumonia crônica e bronquite infantil; ajuda na recuperação de pacientes com queimaduras graves, entre outras aplicações.

Origem
A própolis verde é produzida a partir da mistura de uma cera produzida na saliva das abelhas e de uma resina que esses insetos retiram do alecrim do campo, conhecido popularmente por vassourinha. A própolis serve tanto para proteger a colmeia, funcionando como vedante, quanto para envolver as abelhas que morrem dentro da colmeia e não podem ser retiradas por algum motivo. Esse uso, inclusive, chegou a ser copiado pelos humanos. Registros históricos dão conta de que os egípcios já usavam a própolis para embalsamar suas múmias.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Própolis vermelha

Globo Rural
17.10.2010




Uma substância cobiçada pela indústria farmacêutica do mundo todo transformou a própolis vermelha num produto de alto valor no mercado. E esse tipo de própolis só existe num lugar aqui no Brasil, no litoral de Alagoas.  Vamos, então, saber que substância é essa. E visitar uma criação de abelhas no meio do manguezal, um lugar que desperta a atenção e o interesse de negociantes internacionais.
Dos 17 municípios que compõem a faixa litorânea de Alagoas, 12 têm apicultores que trabalham com a própolis vermelha. Em Marechal Deodoro, um dos mais conhecidos é José Marinho de Lima, que atravessa a lagoa Manguaba para nos encontrar. Junto dele, está o filho Carlos.
A viagem até o outro lado da lagoa não demora mais do que 15 minutos, tempo suficiente para Marinho lembrar de vinte e poucos anos atrás, quando começou sua criação de abelhas. “Tudo improvisado. Até caixa nós tivemos que improvisar, tudo improvisado, porque, naquela época, em Alagoas, não se falava nem em abelha. A propriedade era de bisavós, de avós, de pai. Uma coisa interessante, a apicultura, porque o indivíduo que entra na linha da apicultura normalmente não sai mais, porque é apaixonante”, diz.
“A placa é para prevenir, porque é a segurança. Já está avisado de que não deve destruir nada aí, não deve fazer zoada. Passar, ele pode passar tranquilo, só não pode mexer nas caixas”, explica Marinho.
Em terra firme, ainda temos uma pequena caminhada ilha adentro. Além de suas 200 caixas de abelha, Marinho conta com exatos 671 coqueiros. Tudo caprichadamente numerado. “Os produtivos estão todos numerados. Agora tem muitos coqueiros novos que ainda não foram numerados porque não estão na faixa de produção ainda”, diz.
“O máximo que eu tirei é 8.500 cocos, mas fica em torno de cinco mil cocos, seis mil cocos, de dois em dois meses ou de três em três”, explica o apicultor Carlos Lima, andando pelo coqueiral.
Ele ajuda o pai apenas com as abelhas. “Já levei muita picada. No começo, eu passava dois três dias sem conseguir. Ficava inchado, delirando, com febre. De tanto levar, acostumei um pouco, mas sofri um bocado”, diz Carlos.
Bem perto da entrada do apiário, o coqueiro de número um indica que é hora de colocar a roupa de apicultor. “Esquenta um pouquinho, mas só que aqui a gente é protegido também pela natureza. As árvores são altas, tem essa vantagem, essa grande vantagem. Sombreado é o apiário ideal para a produção da própolis. Nossa própolis é diferente. Em vez de ela ser seca, ela é liguenta, e, se ao sol, derrete como chiclete”, explica o apicultor.
No apiário, a fumaça serve para acalmar as abelhas, mas, antes da coleta da própolis, vale uma explicação.
Uma caixa de abelhas voltada para a produção de mel é assim, fechada de todos os lados. Só mesmo o alvado embaixo para elas entrarem e saírem. Já quando o objetivo é a produção de própolis, a caixa tem esses vãos, deixados de propósito pelo apicultor para estimular a vedação.
 “A estrutura tem a finalidade de vedar todas as frestas da colmeia para evitar o ataque de predadores, para evitar o excesso de luminosidade, para evitar o excesso de corrente de ar. A tendência é fechar tudo”, afirma Marinho. “O coletor de própolis funciona da seguinte forma. É removível. Quando você remove o coletor, a própolis está aqui. Você tira um e automaticamente já coloca outro. Tira um e, ao mesmo tempo, vir com outro e colocar no mesmo lugar”, explica o apicultor.
De volta ao apiário, veja como as abelhas trabalham para fechar as brechas do coletor. Elas parecem incansáveis. E, geralmente, depois de uma semana...
“Aqui está na faixa de trinta gramas, mais ou menos, de própolis. Isso varia. Eu já consegui tirar aqui numa semana 2,7 kg de própolis. Foi o máximo. Mas aí varia, 1,8 kg, 1,7 kg, 2,1 kg. Fica variando. O mínimo foi 200 g por semana. Isso é sazonal, depende do tempo. Tem abelha que numa semana está cheia de própolis. Na outra semana, ela não tem nada”, diz Marinho.
“O trabalho da própolis é mais simples. Você basta usar o coletor e vai ser um trabalho externo. Já para o mel, nós temos que abrir da caixa e temos que tirar o alimento, que é o alimento da abelha. É a mesma coisa de uma pessoa tirar o alimento da sua casa”, afirma Carlos. E para não enfraquecer a colmeia, Marinho e o filho Carlos não tiram o mel das abelhas.
“Olha, você está vendo aqui três caixas, três coletores, numa alta produtividade. É simplesmente notável a quantidade de própolis que tem aqui. Se você conseguir uma repetição disso, é um espetáculo, um espetáculo. Uma produção dessa não é comum”. A própolis vermelha só dá onde tem o rabo de bugio, uma planta típica do manguezal.
Você que consome mel com frequência sabe que, dependendo da florada, o produto tem cor e sabor diferentes. O mel de laranjeira, por exemplo, não é igual ao mel de eucalipto, de cana-de-açúcar e assim por diante. O mesmo ocorre com a própolis. Ela muda de característica de acordo com a vegetação de cada região. O Bruno Cabral é biólogo e vai mostrar o rabo de bugio, a planta de onde as abelhas tiram a resina para produzir a própolis vermelha.
“É quase que uma trepadeira. Ela é uma planta que faz parte do grupo das leguminosas, que é mesmo grupo da soja, da alfafa, do feijão. O nome científico do rabo de bugio ou bugio, como é popularmente conhecido, é Dalberguia ecastaphilum. A ocorrência principal dela vai desde o sul da Flórida até o limite sul do Brasil e existe também registro na costa leste do continente africano”, diz Cabral.
Com o rabo de bugio por perto, a abelha aproveita qualquer fissura no galho para raspar a resina e levá-la para sua colmeia. Em alguns momentos, elas rodam, rodam, como se estivessem dançando. O vermelho intenso da resina é o que dá a cor para a própolis. Com a perninha de trás carregada, as abelhas levantam vôo.
Dos treze tipos de própolis existentes no Brasil, cinco são da região Sul, um dos estados do Sudeste e sete do Nordeste. A própolis vermelha de Alagoas foi a última a ser descrita e catalogada pelos pesquisadores. A sua particularidade é uma substância nobre chamada isoflavona, que tem dado o que falar.
Este é o laboratório onde trabalha o agrônomo Severino Alencar, na Esalq, em Piracicaba, São Paulo. Severino coordena o grupo de estudos em própolis do CNPq, que envolve a USP, a Unicamp e a Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais.
“Nós já investimos, em quatro anos, em torno de R$ 1,2 milhão. Essa é a primeira vez que a gente tem uma quantidade de recursos significativos para estudo de uma única própolis. É um produto natural, rico em isoflavonas. Nunca se encontrou isso uma própolis brasileira e com grande de aplicação na indústria de alimentos e farmacêutica”, diz Severino.
A isoflavona é uma substância geralmente encontrada em plantas das famílias das leguminosas. A mais famosa delas é a soja. Sobre a isoflavona da própolis vermelha, os estudos indicam um futuro promissor. “A gente mostra que realmente é uma boa fonte de combater radicais livres. E quem não gostaria de envelhecer com qualidade, já que nós envelhecemos por ataque de radicais livres”, afirma o pesquisador.
Ainda em Piracicaba, bem pertinho do professor Severino, trabalha o doutor Pedro Rosalen, farmacêutico e professor da Faculdade de Odontologia da Unicamp. Em seu laboratório, há 12 anos vem analisando os mais diversos tipos de própolis, da verde à marrom, e, agora, a vermelha.
Em todas elas, encontrou bons resultados no combate à formação da placa dental, “que é o início, muitas vezes, de problemas de saúde odontológica, da saúde bucal, como a cárie dental e a doença de gengiva”, explica.
“Ela mata a bactéria causadora dessa placa no dente. Mas o mais curioso é que, em baixa concentração, ela não mata a bactéria, ela diminui o que nós chamamos de fatores de virulência. Porque não adianta você matar a bactéria especialmente numa ambiente como a boca, porque, dali a alguns minutos, nós vamos ter outras bactérias povoando a boca novamente. Então, talvez, uma forma mais eficiente de combater essas bactérias da boca seja diminuindo ou enfraquecendo o seu poder de causar doença”, explica o farmacêutico.
Por conta de descobertas assim, a procura pela própolis vermelha chamou a atenção do mercado internacional, principalmente do Japão. O interesse dos japoneses pela própolis vermelha é tamanho que, uma vez por ano, eles desembarcam aqui em Alagoas para visitar os apiários. Só que tudo em segredo, tudo em sigilo. Tanto que eles acabaram de descer daquela lancha e não quiseram gravar nenhuma entrevista e nem permitiram que a nossa equipe de reportagem acompanhasse esse momento.
Ainda assim, conseguimos flagrar uma pequena movimentação, até que fomos autorizados a conversar com o exportador Cezar Ramos Júnior, que, há 16 anos, vende uma outra própolis, a verde, para esses compradores. “Não sabemos o que vai ser produzido, e, na verdade, ainda são em escalas muito pequenas. Vamos dizer que hoje ainda é escala em nível de pesquisa”, diz.
Os japoneses já detêm 43% das patentes de própolis no mundo inteiro, e são eles que compram a maior parte da produção da própolis vermelha de Alagoas, que, hoje em dia, gira em torno de uma tonelada e meia por ano.
Para organizar toda a cadeia de produção e comercialização da própolis vermelha, desde 2007 o Sebrae vem trabalhando junto aos apicultores. A analista técnica Amanda Bentes é quem presta assessoria nos projetos que envolvem esse nobre produto de Alagoas.
“A própolis na cor vermelha existe em outros países, inclusive na África. Porém, com as propriedades diferenciadas, essas que estão sendo buscadas pelo mercado, só é produzida em Alagoas. O próximo passo é a gente conseguir uma indicação geográfica. Indicação geográfica é um selo de qualidade que é cedido pelo INPI, Instituto Nacional de Propriedade Industrial, o qual corresponde que aquele produto ele é natural, tem uma forma diferenciada de fabricação, tem propriedades diferenciadas e que são respeitadas pelos produtores locais”, diz Amanda.
Enquanto a indicação geográfica não vem, enquanto as pesquisas avançam e enquanto o mercado da própolis vermelha se consolida, o litoral de Alagoas só tem a ganhar com o desenvolvimento dessa atividade em seus manguezais, como ressalta o biólogo Fernando Pinto, do Instituto para Preservação da Mata Atlântica.
“Quisera eu que todos os outros ecossistemas descobrissem uma própolis de cada cor para que a gente pudesse ter em cada ecossistema um grupo, como são esses apicultores, preocupados em preservar essas áreas. Se você não preservar a mata, atinge o manguezal. Se não preservar o manguezal, você atinge a Mata Atlântica. Não tem como você dissociar esses dois ecossistemas”, afirma Fernando.
Vale lembrar que nem toda própolis vermelha contém isoflavona. Só exames de laboratório podem confirmar essa qualidade no produto.

domingo, 17 de outubro de 2010

brasileiros não notam importância da natureza para vida

Uma pergunta feita pela ONG WWF Brasil à população constatou que a maioria dos brasileiros não se lembra da importância do meio ambiente para a preservação da vida quando a indagação é feita aleatoriamente. A indagação “o que você precisa para viver?” gerou, majoritariamente, respostas como: amor, família, amigos, sol e saúde.
A iniciativa faz parte da campanha cujo lema é Cuidar da Natureza é Cuidar da Vida, lançada nesta semana pela ONG. Para o coordenador do Programa para a Água Doce da WWF Brasil, Samuel Barreto, as respostas revelam a importância de conscientizar a população sobre o papel do meio ambiente na preservação da vida. “A ausência da natureza nesse tipo de preocupação mostra a necessidade de colocar esse debate junto com a opinião pública e criar esse mecanismo de sensibilização”.
Ele destacou que o engajamento do cidadão tem uma relação direta com a questão do consumo. “Porque os nossos hábitos de vida trazem impactos sobre o meio ambiente. É aquilo que a gente chama de ‘nossa pegada ecológica’. Isso também chama para uma reflexão sobre o nosso modo de vida, sobre a questão de conscientização, sobre a parte de consumo responsável, alertando para as consequências que o descuido com a natureza pode provocar”.
Entre elas, Barreto citou a redução da biodiversidade e de serviços ecológicos, como clima e água. Na campanha, a WWF Brasil está propondo ao governo a criação de unidades de conservação em todos os biomas, “como uma forma efetiva de você garantir a manutenção dessa diversidade biológica”.
Os principais focos da ONG são a Reserva Extrativista Baixo Rio Branco, em Jauaperi (Amazonas); Parque Nacional dos Lavrados (Roraima); Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (Goiás); Parque Nacional Boqueirão da Onça (Bahia) e outras unidades no Cerrado do Amapá, no Tabuleiro do Embaubal (Pará), no Croa (Acre), no extremo Sudoeste do Pantanal e em Bertioga, São Paulo.
Próximo presidente – Segundo Barreto, a proposta será levada ao futuro governante do país. “É uma campanha de mobilização e também de contribuição para o próprio governo, uma vez que ele se comprometeu na Convenção da Biodiversidade das Nações Unidas a garantir a proteção de um percentual de biomas do Brasil”.
A sugestão feita pela WWF Brasil é para que as metas assumidas pelo Brasil sejam cumpridas ainda este ano. “Então, é para o atual governo, mas pode continuar para os demais”. De acordo com o coordenador, o objetivo é apoiar a lista prioritária de unidades de conservação do governo.
A entidade propõe ainda que políticas públicas busquem o uso sustentável dos recursos e prevejam atividades turísticas realizadas de forma coordenada em unidades de conservação, que podem resultar na geração de emprego e movimentar a economia local.
A campanha, que terá desdobramentos envolvendo, por exemplo, a questão da segurança alimentar, foi considerada bem-vinda pelo diretor de Florestas da Secretaria da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João de Deus Medeiros. Ele afirmou que o movimento “dá uma sinalização clara de setores da sociedade que entendem a importância desses investimentos”. (Fonte: Portal Terra)

domingo, 10 de outubro de 2010

O Equivocado Incentivo Institucional à Criação de Abelhas Africanizadas Próximo aos Parques Nacionais.

     O Município de Dores do Rio, entorno no Parque Nacional do Caparaó, pretende ver a sua produção de mel de abelhas apis dobrada. A pergunta deve ser se isto é uma decisão coerente com  a concepção de preservação ambiental adequada para  uma região inserida no contexto de um importante parque nacional.
     A união de esforços por parte do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper),Prefeitura de Dores do Rio Preto, a Federação Capixaba das Associações de Apicultores (Fecapis) e a Associação Apícola Sustentável do Caparaó Capixaba (Apimel). Os  recursos vieram da   SAMARCO, liberados ao município de Dores que foi o vencedor com o Projeto 'Desenvolvimento da Apicultura Sustentável', elaborado pelo Incaper em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
     Antes da implementação do projeto, existiam conhecidas, 120 colônias em caixas com os produtores. Fora uma outra quantidade na natureza.

     Com o projeto, só de saída, foram entregues a 12 apicultores, 120 colméias e kits para a produção. Além disto, foi inaugurada uma unidade de processamento de mel. Por ironia, a entrega dos kits e a unidade de processamento ocorrem em Pedra Menina, um ícone do Parque Nacional do Caparaó, um portal para o Pico da Bandeira, uma região que deveria estar sendo preservada a qualquer custo.
     A intenção dos envolvidos até que foi boa. Pretendia-se uma diversificação da agricultura, polinização do café e acreditavam no projeto como uma ação ambiental, graças à polinização proporcionada pelas abelhas. 
     Mas infelizmente os envolvidos não se lembraram que é uma regra básica em locais em que se busca preservar o que ainda resta de patrimônio ambiental, ou mesmo recuperar áreas já degradadas, é não inserir elementos exóticos nestes ambientes.
     Valerá a pena, em troca da produção de mais 03 ou quatro toneladas de mel, colocar neste tipo de ambiente mais abelhas de outros continentes, abelhas muito enxameadoras, esfomeadas e também estremamente defensivas com ferrão e veneno,(Apitoxina) ?
     A Região do Caparaó possui uma invejável quantidade e variedade de abelhas nativas sem ferrão, já localizei espécies raras, que nem sequer constavam como presentes no ES, como é o caso da Schwarziana mourei. Pode ainda  possuir  abelhas ainda não identificadas, pode até surpreender apresentando entre as suas centenas  de espécies, a própria uruçu capixaba, esta maravilhosa  espécie que fascina criadores e pesquisadores de todo o Brasil, e mesmo tendo tudo para ser mais um símbolo do Espírito Santo, permanece desconhecida pelos capixabas. 
     Este projeto de criação de abelhas africanizadas tão junto a um Parque Nacional tem a interessante pretensão de favorecer a a economia local. Mas, não se deve deixar de vislumbrar que  vocação maior da Região do Caparaó não é a apicultura, mas sim o turismo, principalmente o turismo ecológico, aquele movido por pessoas que  desejam estar em locais preservados.  O caminho para o Caparaó é a preservação, e preservação é também NÃO incentivar a criação de animais e plantas de outros ecossistemas.  
     É sempre bom lembrar que ainda não sabemos tudo sobre a relação planta / inseto que envolve o processo de polinização; mas sabe-se que as abelhas nativas fazem a polinização de mais de noventa 90% da Mata Atlântica, e que existem plantas que são polinizadas exclusivamente por abelhas nativas. 
     A abelha apis visita quase todas a flores mas a sua forma não permite polinizar boa parte delas. Ou seja, há mais africanizadas  se alimentando do que polinizando. Além disto, com o desmatamento dos últimos anos as abelhas nativas estão com dificuldades para encontrar locais para nidificar (construir seus ninhos) e o projeto vai permitir de início, mais 120 caixas de abelhas exóticas com altas possibilidades de que venham um dia  a disputar os ocos de árvores com as nossas mandaçais,uruçus, jataís, e centenas de outras espécies nativas do Caparaó.
     Como de boa intenção o inferno está cheio, cabe agora a Incaper, SEBRAE, Prefeitura de Dores do Rio Preto e principalmente à SAMARCO compensar o impacto ambiental causado às nossas abelhas nativas, mesmo que involuntariamente, divulgando a criação de das abelhas brasileiras, ensinando a estes apicultores recém formados a importância de se preservar e de criar de forma racional e responsável as nossas abelhas nativas, enquanto elas existem.
     Existe uma grande demanda reprimida por mel da abelha jataí, por exemplo. Os méis das abelhas sem ferrão sempre foram reconhecidos pelas populações tradicionais como tendo poder curativo, além de serem famosos pelo sabor,  textura e cores personalizados. 
     Se no Município de Dores for incentivada a criação racional de abelhas nativas e a produção de mel nativo,a resposta do mercado tende a ser muito positiva, já que a busca pela saúde, e qualidade de vida é uma caracteristica dos visitantes e dos que procuram a região como morada.
     De carona, o turismo rural e educativo podem ser impulsionados com a visita aos meliponários, locais que proporcionam lazer e conhecimento com as inofensivas abelhas sem ferrão.
   

sábado, 9 de outubro de 2010

2010Cientistas solucionam morte em série de abelhas nos EUA

Cientistas solucionam morte em série de abelhas nos EUA

A combinação de um fungo com um vírus é a provável solução do mistério por trás das mortes de abelhas nos Estados Unidos – desde 2006, entre 20% e 40% das que viviam em criações no país morreram sem causas claras.
A conclusão é de estudo publicado no jornal científico “PLoS One” por cientistas do Exército americano em Maryland e entomologistas (especialistas em insetos) de Montana.
Os culpados até então pelos “colapsos” nas colônias de abelhas iam de pesticidas a comida geneticamente modificada. A pesquisa encontrou a combinação de um vírus baseado em DNA e um fungo chamado N. ceranae em todas as colônias de abelhas estudadas. Os especialistas sugerem que, sozinho, nenhum dos agentes á capaz de matar as abelhas; juntos, são fatais.
Os pesquisadores usaram um sistema desenvolvido pelo Exército americano, que busca as proteínas únicas em uma amostra e então identifica um vírus ou outra forma de vida microscópica baseada nessas proteínas.
O modo exato de como a combinação mata as abelhas permanece incerto, os pesquisadores dizem. Mas há pistas sólidas: tanto o vírus quanto o fungo proliferam em tempo frio e úmido, e ambos fazem seu trabalho sujo no intestino da abelha, sugerindo que a nutrição do inseto é de alguma forma comprometida.
Uma dificuldade para solucionar o colapso das colônias, segundo os cientistas, é que as abelhas não apenas morrem – elas voam da colmeia em todas as direções, e então morrem sozinhas e dispersas. Isso dificulta a realização de um grande número de autópsias de abelhas, para tentar encontrar as causas das mortes. (Fonte: Folha.com)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Agrotóxicos Podem Estar Matando Abelhas em SP

Apicultores da região central de São Paulo acreditam que a pulverização das lavouras vizinhas às colmeias, com agrotóxicos, está provocando a morte de milhares de abelhas. Um grupo de pesquisadores de duas universidades estuda o problema.

Ao abrir a colmeia surge a pior imagem que um apicultor pode esperar. As abelhas estão mortas. As poucas que escaparam estão fracas e não têm muitos dias de vida. Os favos de mel não podem ser aproveitados.

Só sobrou uma das 15 colmeias do criador Lucival Ferreira. “O enxame inteiro está morto, desde a rainha até as operárias. Tudo ao ponto de você apanhá-las com um punhado como se fossem folhas caídas ao chão”, contou.

Vinte apicultores de Leme sofrem com a situação. Um deles perdeu 150 colmeias. O problema está sendo analisado por um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista e da Universidade Federal de São Carlos, que estada as consequências dos pesticidas nas abelhas.

Os pesquisadores já fizeram testes com 15 inseticidas e descobriram que quando toda a colmeia aparece morta é grande a chance de a causa ser uma contaminação. A pulverização aérea está agravando o problema.

“Antes, como não tínhamos essas aplicações, a incidência era menor. Mas, ultimamente, principalmente na laranja, aplicações de controle de laranja têm sido feitas por avião”, explicou Osmar Malaspina, biólogo da Unesp.

Em Tambaú, milhares de abelhas morreram na criação de 25 anos do apicultor Tadeu e 31 colmeias tiveram de ser descartadas. Ele guardou parte do material e encaminhou para análise.

Quando a abelha recebe o veneno de forma direta a morte é quase certa. Em doses menores, a capacidade de aprendizagem do inseto fica comprometida.

“Não conseguem mais ter a orientação de sair da colmeia, ir ao campo e retornar nós temos perda dessas abelhas no campo. As larvas podem sofrer alterações e vão, é claro, contaminar os produtos das abelhas, principalmente o mel, o pólen e o própolis”, alertou Roberta Nocelli, bióloga do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos.

De acordo com a bióloga Renata Nocelli, ainda não foi feito nenhum estudo sobre os efeitos do consumo dos produtos contaminados em seres humanos.

Autor: Globo Rural

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Geléia Real Liofilizada

Muitas pessoas deixam de consumir a geléia real fresca por fazerem restrição ao sabor. Eu pelo menos não tenho o menor problema quanto a isto. Na verdade até gosto do gostinho dela na boca enquanto vai se derretendo. Há ainda os que reclamam do fato de ter que mante-las em refrigeração e da consequente dificuldade de ficar carregando.

Para estes casos a solução está na Geléia Real Liofilizada. O processo de liofilização, desenvolvido para as viagens espaciais, consiste em uma evaporação a baixissímas temperaturas que garante a preservação de todas as propriedades.

Deve ser consumida 2 vezes ao dia por tempo prolongado pois por ser um grande suplemento alimentar, talvez o melhor alimento da natureza, não há restrição de tempo para consumo, o que deverá ocorrer mínimo, por 3 meses.

A geléia real é uma substância gelatinosa segregada pelas glândulas hipofaríngeas das abelhas operárias jovens, a partir do pólen. De maneira geral a Geléia Real serve de alimento a todas as larvas com menos de três dias e é alimento exclusivo da rainha por todo o seu ciclo de vida. Lembrando, abelha rainha pode viver até cinco anos, enquanto que a operaria vive 2 meses. É um alimento super concentrado que apresenta um grande número de elementos indispensáveis à vida, principalmente vitaminas do complexo B, com destaque à vitamina B5, proteína e amino ácidos, apresentando propriedades antioxidantes que retardam os processos de envelhecimento celular.

As abelhas nativas não produzem a geléia real pois o alimento principal da rainha são os ovos das campeiras.


Revitalizante;

Aumenta a capacidade física, intelectual e sexual;

Anemia;

Estados de convalescença;

Esgotamento nervoso;

Prevenção do envelhecimento precoce;

Auxiliar no combate a queda de cabelo;

Auxiliar no tratamento de problemas cardiovasculares e hepáticos.


POTE COMO 50 CÁPSULAS DE 250 mg, POR R$ 28,00.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sementes de Sansão do Campo (sabiá), Leocema e outras.

Um grupo vem desenvolvendo um trabalho de recomposição vegetal no sertão do moxotó pernambucano, junto à agricultores e agricultoras familares e comunidades tradicionais ribeirinhas e moradoras da caatinga local. Inclui-se neste trabalho a conscientizaçã o dos mesmos na questão ambiental e de preservação das abelhas nativas da região. Como não contam com nenhum patrocínio oficial nem de governos nem da iniciativa privada, estão vendendo sementes de sabiá e leucena, além de outras para arrecadar algum recurso para o projeto. A quem interessar, favor entrar em contato através do mail sitiodavovolilia@ gmail.com contactando o responsável pelo projeto, o Sr. Luciano dos Apiarios e Meliponários Flor do Sertão.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ingrediente Secreto no Mel que Mata Bactérias

Em última análise, os pesquisadores isolaram a proteína defensina-1, que faz parte da abelha sistema imunológico e é adicionada pelas abelhas ao mel. Após as análises, os cientistas concluíram que a grande maioria das propriedades antibacterianas do mel que vem de proteína.
Funcionários de Escritores
Bethesda, MD (SPX) 2 de julho de 2010
Boas notícias para aqueles que procuram novos antibióticos: Uma nova pesquisa publicada na edição de julho 2010 do jornal de FASEB explica pela primeira vez como mel mata as bactérias.
Especificamente, a pesquisa mostra que as abelhas produzem uma proteína que adicionar o mel, chamado defensina-1, o que poderia um dia ser usada para tratar queimaduras e infecções da pele e para desenvolver novos medicamentos que podem combater infecções resistentes aos antibióticos.
"Nós temos completamente elucidada a base molecular da atividade antibacteriana de um mel único médico-classe, o que contribui para a aplicabilidade do mel na medicina", disse Sebastian AJ Zaat, Ph.D., pesquisador envolvido no trabalho do Departamento de de Microbiologia Médica do Centro Médico Acadêmico em Amsterdã.
"Mel ou componentes isolados mel derivado pode ser de grande valia para a prevenção e tratamento de infecções causadas por bactérias resistentes a antibióticos."
Para fazer a descoberta, Zaat e colegas investigaram a atividade antibacteriana do mel médico-classe em tubos de ensaio contra um grupo de resistentes aos antibióticos, bactérias causadoras de doenças. Eles desenvolveram um método para seletivamente neutralizar os fatores conhecidos antibacterianas no mel e determinar suas contribuições individuais antibacteriana.
Em última análise, os pesquisadores isolaram a proteína defensina-1, que faz parte da abelha sistema imunológico e é adicionada pelas abelhas ao mel. Após as análises, os cientistas concluíram que a grande maioria das propriedades antibacterianas do mel que vem de proteína.
Esta informação também lança luz sobre o funcionamento interno da abelhaimune sistemas, que podem um dia ajudar os criadores criar mais saudável e mel de abelhas heartier.
"Nós nos conhecemos há milênios que o mel pode ser bom para o que nos aflige, mas não sabemos como ela funciona", disse Gerald Weissmann, MD, editor-chefe do jornal de FASEB, "Agora que nós extraído de um ingrediente antibacteriano de mel, nós podemos torná-lo ainda mais eficaz e tomar a picada fora de infecções bacterianas. "

Federação de Sociedades de Biologia Experimental americano
Epidemias na Terra - Gripe das Aves, HIV / AIDS, Ebola

Complementando este tema:

Medihoney

http://www.idw-online.de/pages/de/news169860

terça-feira, 22 de junho de 2010

Divisão e Enxameamento Para Isca.

Conseguir enxameamento de meliponas como a uruçu para isca é bastante difícil,muito embora Algumas pessoas já conseguiram ter enxameamento de mandaçaias para caixas de abelhas apis e há relatos de enxameação delas até em caixa de leite.

Já com jataí é mais fácil. No blog tem uma postagem sobre isca feita com garrafa PET:
http://meliponariocapixaba.blogspot.com/2009/11/como-capturar-enxames.html.

Veja também o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=9Bdu1YCPGms
De Outra forma, é basicamente enrolar PET com jornal para manter a temperatura agradável, e depois com um plástico preto para escurecer bastante dentro da garrafa. A entrada para as abelhas, no caso de jataí pode ter a bitola de uma caneta, por exemplo. pode ser feito na tampa da garrafa e esta ficará no local escolhido, deitada. Deve-se ainda fazer pequenos furos com uma agulha para eventual umidade escorrer para o jornal.Uma outra opção é deixar a garrafa de pé e ainda colocar um pedaço de canudo destes mais grossos, de vitamina.

Para atrair as abelhas, o ideal seria conseguir um pouco do própolis e de cera da própria abelha que se deseja. A própolis deve ser posto na garrafa, antes ser furada, depois escorrido para ficar o cheiro. Pode também fazer uns anéis com a cera da abelha e colocar em volta do furo de entrada e umas bolinhas de cera no interior dela. No caso de não se conseguir material da própria jataí goteje própolis de abelhas apis mesmo, estes de farmácia. O anel de cera que citei pode ser feito com um pedaço do pito de entrada de alguma colônia que exista na natureza. Elas irão recompô-lo, rapidamente. A isca pode ser feita também diretamente em uma caixa de abelha vazia. Lembrar de colocá-las longe de muita umidade e de sol direto.
                                      imagem extraída de http://abelhasdomato.webnode.com.pt/
                                                       Pode-se ainda utilizar caixa Tetrapark, bambus, etc. 

Quanto à divisão (desdobramento), Que deve ser feita em épocas de tempo firme e de muita florada, é de forma resumida, feito, pegando-se de uma colônia forte, favos de crias com as abelhas já começando a nascer e abelhas aderentes, ou seja, aquelas recém nascidas, que são colocados na nova caixa. Não são necessários muitos favos (discos) de cria. Uns dois já basta. Depois, se for o caso pode-se colocar mais. Esta caixa filha vai ficar no local em que está a caixa escolhida para doar as abelhas campeiras, de preferência que não seja a mesma que doou as crias para não sacrificá-la.
                                           Esquema para realização de divisão (Rilen Lima RJ) - Clique p/ ampliar
Isto em uma caixa cúbica, pois se for caixas de gavetas (INPA, Fernando de Oliveira), vai-se apenas retirar uma gaveta em que estiverem as abelhas nascentes, e colocá-la sobre o ninho da nova caixa. Hoje em dia, alguns estão optando por fazer um porão, e nele colocar o furo de entrada e um labirinto de madeira ou com um pedaço de mangueira destas com estrias(para facilitar o caminhar das abelhas), utilizados em construções para se passar fios elétricos. Sobre este porão, então, é posta a gaveta com as crias para ali se iniciar uma nova colônia. O objetivo é que os favos fiquem em baixo, para ali também começar a postura da rainha escolhida. Os meliponicultores experiêntes sabem pela comprovação prática, que a postura quando se inicia em baixo, é mais rápida. Agora, se a gaveta da caixa escolhida tiver um furo de entrada, poderá ser posta diretamente sobre um piso de tábua. Há de se observar ainda que no caso de trigonas como a jataí, é importante que nos favos que vão formar a nova colônia, haja uma realeira , uma célua de tamanho muito maior do que as células comuns.
                                             Foto de Reginaldo(SC), postada na ABENA em 04/10/2009
                                                                                        Clique para ampliar
                                          Foto de Reginaldo, postada na ABENA em 04/10/2009
                                                                                       Clique para ampliar

Esta caixa filha então vai ficar no local onde esteja uma colônia forte, para assim, ser abastecida de campeiras. A caixa deve ser lacrada com fita crepe, para evitar a entrada dos forídeos, pequenas moscas que quando colocam os ovos, as larvas devoram as crias das abelhas. Deve-se também, colocar pequenas vasilhas com vinagre, para os forídeos serem atraídos, ali entrar e se afogarem. Os furos devem ser pequenos para que passem apenas os forídeos. No caso de jataí não é necessário tanta precaução, pois os forídeos não as incomodam muito. Porém prevenir pouco custa.

No primeiro dia, não é recomendável dar alimento. No dia seguinte, um xarope com água e açúcar no mesmo volume ou mel puro. Utilize uns palitos ou tela para que as abelhas não se afoguem. Evitar abrir muito.
Depois de 20 a 30 dias deve-se abrir com muito cuidado uma pequena janela no invólucro do ninho para verificar se tem postura. Caso não haja posturas, aí é colocar mais crias nascentes.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Centro de Referência em Meliponicultura.

Criadores de abelhas nativas vão ganhar centro de referência
Os criadores de abelhas nativas sem ferrão (meliponicultores) do Maranhão em breve vão ganhar um centro de referência em meliponicultura. Os recursos para a construção virão de convênio de cooperação financeira, a ser firmado no dia 30 de junho, entre a Fundação Banco do Brasil (FBB) e a Cooperativa Agroecológica dos Meliponicultores da Baixada Maranhense (Coamel). Ao todo serão investidos R$ 342.187,50, sendo 340.144,50 aportados pela FBB.

O centro será construído na cidade de Peri-Mirim e será constituído de três unidades: administrativa – composta pelos núcleos de capacitação, pesquisa e inteligência competitiva; extração de mel; e beneficiamento – entreposto de Mel. Como resultado desse convênio, é possível que surja o primeiro entreposto brasileiro de mel de abelhas nativas registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com Sistema de Inspeção Federal (SIF), o que possibilitará a venda para os mercados interno e externo.

“A idéia da construção do centro de referência começou ainda durante as execuções dos projetos Melípona e Melípona Comercialização, no período de 2007/2009, sendo o convênio resultado dos esforços do Sebrae no Maranhão, Banco do Brasil e Fundação Banco do Brasil, tendo se consolidado na execução do projeto Meliponicultura na Baixada Maranhense”, afirma a coordenadora dos trabalhos no Sebrae em Pinheiros, Dulcileide Salinas.

Na unidade administrativa irá funcionar os núcleos de capacitação, pesquisa e inteligência competitiva. Seu objetivo será disponibilizar aos meliponicultores cursos de capacitação constantes nas áreas tecnológicas e gerenciais e, em parceria com órgãos governamentais, desenvolver pesquisas que propiciem a sustentabilidade e disseminação da meliponicultura, aumento da produção, produtividade e preservação do meio-ambiente. Além de disponibilizar ferramentas com fins de identificação, coleta, análise e tratamento das informações sobre as necessidades e exigências do mercado consumidor.

Já na unidade de extração de mel, a idéia é produzir mel e derivados de abelhas nativas em conformidade às exigências legais e mercadológicas. A unidade de beneficiamento (entreposto de mel) ficará responsável por escoar a produção do mel de abelhas nativas e seus derivados, para mercados internos e externos (França, EUA, Japão, Itália), bem como escoar a produção de mel de abelha africanizada (APIS) do Maranhão.

De acordo com o coordenador nacional de apicultura no Sebrae, Reginaldo Resende, já funciona, em Mossoró (RN), um centro nos mesmos moldes do que será instalado no Maranhão. O meliponicultor Paulo Menezes foi o primeiro a conseguir no estado o Sistema de Inspeção Estadual. Menezes se envolveu com a criação de abelha jandaíra, tipo de abelha nativa, em 1983. Hoje, ele é um dos principais criadores do país, com cerca de 600 colméias de jandaíras em Mossoró.

“A certificação me trouxe uma série de benefícios. Primeiro tive de cumprir uma série de exigências impostas pelo Ministério da Agricultura, entre elas, a formalização da minha empresa, para adquirir CNPJ, e passei a fornecer mel para todo o Estado do Rio Grande do Norte. A legalização também possibilitou que eu participasse de um edital da Fundação para o Desenvolvimento de Pesquisa no Estado do Rio Grande do Norte (FATERN). A Fundação, a partir de convênio de 15 meses, vai disponibilizar dois pesquisadores que irão desenvolver uma máquina que retira parte da água que compõe o mel. Isso é um grande investimento em inovação e tecnologia”, ressalta Menezes.
Data: 21-06-2010
Fonte: Agência Sebrae de Notícias

quinta-feira, 17 de junho de 2010

QUASE 30 MIL HECTARES DE DESMATAMENTO NA MATA ATLÂNTICA ENTRE 2008 E 2010

FONTE: www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100527/not_imp557376,0.php
Afra Balazina - O Estado de S.Paulo
Mais de 20,8 mil hectares de Mata Atlântica - o equivalente a 130 Parques do Ibirapuera - foram desmatados entre 2008 e 2010 no Brasil. Desta vez, o bioma que já perdeu cerca de 93% de sua área original foi mais maltratado em Minas Gerais. O Estado liderou com folga o ranking dos maiores destruidores da floresta, com 12,5 mil hectares cortados.
A transformação da mata em carvão para abastecer a siderurgia é apontada como uma das causas para o alto desmatamento em Minas. Na sequência, aparecem no ranking o Paraná (2,6 mil hectares perdidos) e Santa Catarina (2,1 mil hectares).
Os dados são da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram detectados desmatamentos maiores que 3 hectares e analisados 9 dos 17 Estados que possuem Mata Atlântica. Não foi possível observar o Nordeste em razão da grande cobertura de nuvens que atrapalhou a visualização das imagens do satélite Landsat 5.
Segundo Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, as denúncias sobre a origem do carvão têm se repetido, mas não se observa "a presença do poder público nesses lugares". "Não existe fiscalização efetiva. E há grandes empresas que dizem ter responsabilidade social, mas que não sabem a origem dos produtos que compram", afirma.
Outra preocupação com Minas é um projeto de lei que pretende tirar a proteção das matas secas (com árvores que perdem suas folhas durante a estação seca), consideradas Mata Atlântica. Isso pode acelerar a devastação. A proposta foi aprovada em primeiro turno e aguarda a segunda votação. "Consideramos o projeto inconstitucional e esperamos que o governador não sancione", diz Aline Cardoso, assessora jurídica da Associação Mineira de Defesa do Ambiente.
O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) de Minas destaca que o Estado possui a maior área remanescente de Mata Atlântica. E ressalta que "o número de municípios mineiros que desmatou o bioma caiu de 405, no período de 2005/2008, para 159 no último levantamento".
O Instituto Aço Brasil (AIBr) afirma que, até 2012, 100% do carvão vegetal usado pela indústria do aço será proveniente de florestas plantadas.
Longe da meta. Foi observada queda de 21% na taxa média anual de desmate da Mata Atlântica se comparado com o período anterior do estudo, de 2005 a 2008. O dado, porém, não é animador. O País se comprometeu na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) a zerar o desmate no bioma até este ano, o que está longe de acontecer.
E, para Márcia Hirota, coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica, a queda da taxa não ocorreu em todos os Estados. Minas teve aumento de 15% e o Rio Grande do Sul, de 83%. Neste, não foi identificada a causa da transformação da floresta, o que será investigado a partir de agora. Os desmates foram observados na região serrana.
Também no Sul, Santa Catarina tem sido observado de perto após aprovar em 2009 lei que afrouxou as regras ambientais - permitindo a redução da faixa de preservação ao longo de rios. O Estado diminuiu a taxa anual de desmatamento em 75% em relação ao período anterior, mas ainda continua em terceiro no ranking dos maiores desmatadores.
Para Márcia, as chuvas e acidentes naturais que atingiram Santa Catarina podem ter contribuído para frear a economia e, com isso, o desmatamento. "Estamos dando uma boa notícia para Santa Catarina. O governo agora precisa aprender com isso e mostrar que é possível proteger a Mata Atlântica", afirma Mantovani.

terça-feira, 15 de junho de 2010

ALGUMAS OPÇÕES DE HOSPEDAGEM NO CAPARAÓ

Fonte: www.gazetaonline.globo.com 
08/06/2010 - 14h47 - Atualizado em 08/06/2010 - 14h47

Pousadas rústicas e refinadas: hoje se encontra de tudo no Caparaó Capixaba

Ficar hospedado em uma casa simples de fazenda foi o início do turismo na região. Mas agora já é possível ficar em pousadas mais requintadas e com muitos serviços

Andresa Alcoforado - Da Redação Multimídia

foto: Andresa Alcoforado
Caparaó
Pousada em Dores do Rio Preto
Depois que começou a abertura do Parque Nacional do Caparaó pelo lado capixaba, aos poucos o que eram as tradicionais propriedades rurais da região viraram hospedarias. O primeiro sistema de turismo foi o "Cama e Café". Agricultores abriram as portas de casa para receber o visitante, em troca de aumentar a renda da família. Mas aos poucos, as pousadas viraram um bom negócio na região.

Tem para todos os gostos e também preços, que variam de R$ 30,00 até R$ 200,00 a diária. Desde aquelas pousadas mais aconchegantes para o casal que quer descansar e aproveitar o frio para namorar, ou mesmo, aquela pousada que reúne a família, onde é posivel fazer novos amigos e tudo se mistura com um jeito simples do interior.

O turismo deu certo na região e aos poucos os empresários começam a investir nos serviços. "Aqui na pousada temos cinco quartos, alguns com preços mais caros e outros nem tanto. Misturamos o rústico ao jeitinho da região", conta a proprietária Ângela Righette.

Novo circuito


As estradas e a comunicação ainda são desafios para quem quer investir no lugar, mas nem por isso a visita ao
foto: Andresa Alcoforado
Pousadas na região do Caparaó - 27/03/2009
Pousada Encanto da Serra em Divino de São Lourenço
Caparaó fica menos atrativa. Um novo circuito englobando empreendedores de Divino de São Lourenço e Dores do Rio Preto pretende impulsionar mais o fluxo de visitantes.

"Queremos receber melhor aperfeiçoando a culinária e também a maneira de receber o turista. Mas não é só isso, estamos elaborando eventos e atrativos para quem visita", comenta Célia Tozzi, dona de pousada.

Em busca de sossego

Foi em busca de tranquilidade que Severino Righette foi parar em Divino de São Lourenço. A aposentadoria virou negócio e hoje ele é um dono de pousada da região. E não é só isso, além da pousada ele tem uma reserva particular dentro da propriedade e faz trabalhos com papéis reciclados.

"Estamos aqui dispostos a receber as pessoas que vêm em busca dessa paz e tranquilidade, que só existe mesmo aqui no Caparaó. Aqui na pousada, cuidamos de tudo para a pessoa se sentir mesmo em casa", conta Severino.

Serviço

Pousada Engenho do Vovô- Dores do Rio Preto
O que tem lá: cachaça, rapadura e hospedagem rural
Mais informações: (28) 9935-5147 ou pelo email: engenhodovovo@yahoo.com.br

Pousada Vale das Quaresmeiras - Mundo Novo - Dores do Rio Preto
O que tem lá: cachoeira dentro da pousada, trilhas e comidas típicas da região
Mais informações: (28) 9986-7893

Pousada Águas do Caparaó
- Divino de São Lourenço / Dores do Rio Preto
O que tem lá: trilha na mata, cachoeira dentro da propriedade, observação de pássaros e passeio a cavalo
Mais informações: (28) 9985-2844 ou pelo email pousadaaguasdocaparao@hotmail.com

Pousada Vila Januária - Pedra Menina- Dores do Rio Preto
O que tem lá: cafeteria orgânica, trilhas na mata e a pousada fica há oito quilômetros do Parque Nacional do Caparaó
Mais informações: (28) 3559-3106 ou (32) 9973-8080

Pousada Fazenda Mundo Novo
- Mundo Novo - Dores do Rio Preto
O que tem lá: comidas típicas da região, passeio a cavalo e hospedagem rural
Mais informações: (28) 3559-1117 ou (28) 9924-0780

Pousada Encanto da Serra - Patrimônio da Penha- Divino de São Lourenço
O que tem lá: RPPN, cachoeiras, parque para as crianças, trilha na mata, cachoeira e comidas típicas
Mais informações: (28) 9882-5861, (28) 9917-1424 ou pelo email encantodaserra.caparao@hotmail.com
 
Pousada Jardim Botânico Vilarte
- Pedra Menina- Dores do Rio Preto
O que tem lá: trilhas na mata, comidas diversas, piano bar e cachoeira
Mais informações: (32) 9942 5716

Pousada Paineiras - Pedra Menina - Dores do Rio Preto
O que tem lá: passeio a cavalo, comida regional e hospedagem rural
Mais informações: (28) 3559-3008

Pousada dos Anjos - Pedra Menina Dores do Rio Preto
O que tem lá: hospedagem no estilo cama e café
Mais informações: (28) 3559-3085

Pousada da Vovó Geni - Pedra Menina - Dores do Rio Preto
O que tem lá: hospedagem rural e comida típica
Mais informações: (28) 3559-3065

Pousada e Restaurante da Consuelo - Dores do Rio Preto
O que tem lá: hospedagem na área urbana de Dores do Rio Preto e comida típica da região
Mais informações: (28) 3559-1322

Espaço de Vivências Jardim do Beija-Flo
r - Patrimônio da Penha - Divinode São Lourenço
O que tem lá: comida vegetariana, comunidade alternativa e vivências
Mais informações: (27) 9838-1586, (28) 9972-4598 ou (28) 3551-1913

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Noni

Vendemos extrato composto de NONI PRÓPOLIS E MEL. O mel proporciona ao noni um sabor doce e agradável e a adição do própolis potencializou o seu poder de ação e serve também como conservante natural. para encomendar entre em contato pelo fone 27 9814 1687.

Quando o corpo usa o oxigênio para queimar a energia contida nos alimentos, as células passam a produzir inimigos: Os radicais livres, moléculas defeituosas que oxidam e produzem estragos nas mitocôndrias, as usinas de força das células.
Essas reações estão relacionadas a câncer,doenças cardiovasculares e envelhecimento.
As chances de neutralizar esses vilões aumentarão quando auxiliadas por um alimento que contenha diferentes elementos antioxidantes, como vitaminas e outros. Portanto para saber do poder de fogo de alimento na proteção da células, compara-se seu potencial antioxidante com o da vitamina E que é o padrão cientifico, pelo alto poder antioxidante deste nutriente.
Sabe-se que alguns alimentos são bem mais carregados de radicais livres que outros. E Segundo os especialistas, os NONI é ótimo exemplo de alimento rico em antioxidante.



Noni, uma fruta milagrosa

Fruto nativo da Polinésia Francesa, seu nome científico é Morinda citrifolia, da família Rubiaceae. No idioma nativo, noni tem um significado bastante feliz para uma planta medicinal de cura; pois a tradução da palavra quer dizer “vida”.

Na literatura médica, encontramos os doutores Neil Solomon e John Hopkins, dos Estados Unidos da América, realizaram amplos estudos e pesquisas com esta planta, utilizando-se de um universo de 10.000 pacientes, obtendo resultados muito favoráveis ao uso do suco de noni.

O Noni é uma fruta de extraordinárias propriedades curativas. Apesar de possuir um sabor muito amargo e cheiro desagradável, o Noni, como suplemento nutritivo, é muito agradável ao paladar e ao olfato porque é misturado com suco integral de uva. As pesquisas ressaltam que o Noni estimula o sistema imunológico regulando a função celular e a regeneração das células destruídas. O Dr Richard Dicks, médico clínico de New Jersey, nos diz: O fato de que o Noni atua no nível celular mais básico e fundamental, pode explicar porque é eficaz para uma grande variedade de afecções. O Noni salva o corpo porque proporciona os nutrientes que lhe são necessários.

Eis algumas indicações:

• Estimula o Sistema Imunológico
• Inibe o crescimento de tumores cancerosos
• Regenera as células danificadas
• Auxilia o Sistema Circulatório
• Combate a Fadiga e o Stress
• Aumenta os Níveis de Energia
• Reduz a hipertensão
• Possui propriedades antibacterianas
• Interage com a melatonina e a serotonina ajudando a regular o sono, a temperatura e os estados de ânimo
• Extraordinário efeito analgésico
• Indicado para o caso de refluxo gastro-esofágico.


O Noni não só oferece muitos benefícios próprios, mas também aumenta a eficácia de outros alimentos.

terça-feira, 8 de junho de 2010

RECEITAS COM MEL DAS ABELHAS NATIVAS.

Aos poucos o mel das abelhas sem ferrão vai conquistando o espaço que merece no no Brasil. Trata-se de uma iguaria especial, desconhecida pela maioria dos brasileiros, que não têm o menor conhecimento de nossas riquezas e nem imaginam que além das abelhas exóticas temos centenas de especies nativas que produzem um mel de paladar muito melhor e com propriedades medicinais cada mais reconhecidas.

Mas  isto pode mudar. Com  o esforço dos meliponicultores, aos poucos os brasileiros vão se abrindo para as novas possibilidades, ou melhor, retomando  as antigas e esquecidas possibilidades que com o tempo foram sendo substituídas pelas práticas importadas pelos nossos colonizadores. 

É com alegria que vemos matérias como esta da revista Menu, edição 138, publicada no Portal Terra, que reproduzimos abaixo:
   

Fonte:
http://revistamenu.terra.com.br/edicoes/138/artigo175445-1.htm

O mel de abelhas sem ferrão traz um universo de aromas que vão muito além do tradicional produto da apicultura

por Beatriz Marques fotos Evelyn Müller


Espaço Zym rua Toneleros, 1.248 – Alto da Lapa (11) 3021-5637 – São Paulo – SP
Elas sempre estiveram entre nós. As abelhas sem ferrão brasileiras, também chamadas de meliponíneos, são velhas conhecidas dos índios do País, que usam seus produtos – de grande concentração antibiótica – para a recuperação dos enfermos. Além de seu poder medicinal, outra riqueza dos produtos dessas abelhas é revelada quando seu mel é levado à boca: uma impressionante variedade de sabores. Acidez, aromas florais e terrosos e uma infinidade de notas gustativas são proporcionados pelo precioso ingrediente, fruto do trabalho de espécies como jataí, tubi e tiúba, entre outras abelhas sem ferrão. Esta iguaria, encontrada em diferentes partes do País, ainda não é muito conhecida pelo paladar urbano. Apesar das centenas de espécies de abelhas já descobertas em nosso território, a grande produção de mel no País ainda está concentrada em dois tipos do inseto: as abelhas europeias (Apis mellifera L.), trazidas pelos jesuítas no século 19, e as africanas (Apis mellifera scutellata), registradas na década de 1950 no interior de São Paulo. Pela alta produtividade – são 100 quilos por ano de mel produzido por essas abelhas, contra cerca de 2 a 7 quilos feitos pelas meliponíneas –, o mercado foi tomado por aquele líquido denso, alaranjado e bem açucarado, enquanto o rico produto das abelhas nativas, de cores e densidades variadas, foi marginalizado, a ponto de não poder ser chamado apenas de mel. Segundo a legislação brasileira, a palavra só pode ser utilizada para designar o mel com, no máximo, 20% de umidade, algo raro para o produto das meliponíneos, que tem em torno de 35% de umidade.
Por não se encaixar nos parâmetros da lei, o mel das abelhas sem ferrão não é passível de inspeção federal e, portanto, sua comercialização ainda é considerada irregular. “A conservação do produto é o maior problema. Com maior teor de umidade, o mel nativo fermenta com muito mais facilidade”, explica Jerônimo Villas-Bôas, ecólogo da Universidade Federal da Paraíba, que trabalha com análises físico-químicas e organolépticas do mel nativo desde 2004. Para resolver este entrave e permitir que o ingrediente possa ser comercializado em todo o País, uma nova legislação está sendo feita, especificamente para este produto, que deverá ser batizado de mel de abelhas sem ferrão.
Palmito cru com frutas assadas e calda nativa
Enquanto isso não ocorre, muitos meliponicultores estão recorrendo a diferentes técnicas para chegar a uma padronização do mel nativo. O biólogo Murilo Drummond, do Amavida (Associação Maranhense para a Conservação da Vida) e coordenadorgeral do projeto Abelhas Nativas, trabalha com 19 comunidades do Maranhão que vivem da venda e consumo de pólen, própolis e mel das abelhas tiúba, jandaíra, uruçu e tubi, na tentativa de regulamentar esses produtos. Para deixar o mel estável, ou seja, sem fermentar até chegar ao consumidor, a opção utilizada pelo grupo é o processo de maturação, que permite controlar a fermentação do mel nativo até ele não oferecer mais riscos ao consumo. “Deixamos o mel em temperatura ambiente até que fermente por completo. O resultado é um líquido apurado, de sabor mais acentuado”, garante Drummond. Quando pronto, o ingrediente é embalado e vendido como NatMel, pela marca Meliponina. “O nome é uma forma de nos destacarmos e também de mostrar a diferença entre o mel tradicional e os nossos produtos”, explica ele. Outros processos que costumam ser adotados por alguns produtores são a desumidificação e a pasteurização do mel nativo, mas ambos têm o inconveniente de alterar em demasia o sabor do ingrediente. Há ainda a opção de conservar esse mel em geladeira, mas isso confere a ele uma longevidade menor do que a obtida nos outros processos.
Com os trâmites burocráticos em andamento para permitir a regulamentação do produto, o mel de abelhas nativas vai conquistando cada vez mais seu espaço na cozinha de chefs e gourmets, que buscam novos sabores para suas criações gastronômicas. Cláudia Mattos, chef do Espaço Zym, em São Paulo, ficou encantada com a degustação de dez tipos de méis nativos realizada na Casa do Mel, loja em Itapecerica da Serra, em março deste ano. “É um novo universo que está se abrindo para mim”, revela. A convite da Menu, Cláudia provou as iguarias das abelhas tubi, tuju mirim, borá, tiúba, tubuna, guaraipo, jataí, mandaçaia, manduri e moça branca. O critério de escolha para a degustação foi o tipo de abelha, mas é importante lembrar que este não é o único referencial para o produto, já que a mesma abelha, em diferentes regiões e com diversas floradas, pode produzir méis completamente distintos.
Dentre os produtos degustados, Cláudia elegeu quatro como seus preferidos. “O que mais me chamou a atenção foi o da abelha borá, com nota trufada e densidade de resina, algo que nunca vi em nenhum mel”, conta. O de abelha tubi, na opinião da chef, tem um toque aerado, algo efervescente. O de tubuna, doce e mais denso, conquistou Cláudia pelas notas terrosas, enquanto o de jataí, bem viscoso, revelou-se o mais intenso em aroma. Para aproveitar as melhores qualidades destes nobres líquidos, Cláudia criou quatro receitas exclusivas para os leitores da Menu. “Com certeza colocarei outras no meu cardápio. Mesmo custando mais que o mel tradicional, vale investir nesse produto. É uma oportunidade única de provar esses sabores”, conta a chef. Agora vale a criatividade de cada um para manter viva a riqueza de sabores deste mel brasileiro.
O mel de abelhas sem ferrão traz um universo de aromas que vão muito além do tradicional produto da apicultura




tortinha com queijo coalho e cebola roxa na cachaça ao doce feito pelas abelhas tubuna
por Cláudia Mattos, do Espaço Zym
1 xícara (chá) de farinha de trigo; 1 xícara (chá) de farinha de trigo integral; 1/2 xícara (chá) de água fria; 90 g de manteiga sem sal; 1/2 colher (chá) de sal
Recheio
150 g de ricota fresca esfarelada; 150 g de queijo coalho picado em cubinhos; 3 colheres (sopa) de creme de leite fresco; 3 cebolas roxas cortadas em gomos; 2 colheres (sopa) de cachaça; sal marinho e pimenta-do-reino a gosto; mel de abelha nativa tubuna a gosto
Recheio
Misture a ricota com o queijo e o creme de leite e tempere com sal e a pimenta a gosto. Reserve. Coloque as cebolas em um refratário e leve-as para dourar no forno alto, a 200ºC. Depois de 10 minutos, regue as cebolas com a cachaça e tempere-as com sal. Deixe no forno por mais 10 minutos ou até que as cebolas fiquem macias, porém sem desmanchar. Reserve.
massa
Coloque as farinhas em um recipiente grande e junte o sal e a manteiga em pedaços. Misture com a ponta dos dedos, acrescentando a água aos poucos, até a massa ficar homogênea. Abra a massa e forre as forminhas. Leve-as para assar no forno médio preaquecido, a 180ºC, por 10 minutos. Depois de assadas, recheie as tortinhas com a mistura de queijos e disponha os gomos de cebolas assadas sobre o recheio. Leve-as ao forno novamente, apenas para aquecer.
para servir
Coloque as tortinhas num prato e sirva-as quentes, regando-as com um generoso fio de mel.
dica da chef a cebola roxa pode ser substituída nesta receita pela mesma quantidade de cebola branca.
rendimento 10 porções preparo 50 minutos execução fácil



bagunçadinho de shiitake e raízes com mel de abelha borá
150 g de inhame descascado e cortado em lâminas
150 g de batata-doce roxa com casca cortada em lâminas
300 g de shiitake fresco
3 tomates fatiados
1 pimentão amarelo cortado em lâminas
3 cebolas cortadas em lâminas
1/2 xícara (chá) de azeite de oliva
sal e pimenta-do-reino a gosto
mel de abelha nativa borá quanto baste

bagunçadinho
Misture o azeite, o sal e a pimenta numa tigela e reserve. Em um refratário, distribua em camadas o inhame, o shiitake, a batata-doce, o pimentão, o tomate e a cebola, pincelando com o azeite reservado entre as camadas. Despeje o restante do azeite sobre a última camada. Leve o refratário ao forno médio, a 180ºC, por 40 minutos ou até que os legumes estejam macios e a cebola esteja dourada.
para servir
Distribua porções do bagunçadinho em pratos e regue-as com o néctar de abelha.
dica da chef para uma versão diferente da receita, a batata-doce pode ser substituída por batata, e o inhame, por abobrinha ou berinjela.
rendimento 4 porções preparo 1 hora execução fácil

mel nativo de amora e capim-cidreira
100 g de polpa de amora-do-mato congelada; 1 litro de água; 1/2 maço de capim-cidreira; mel de abelha tubi a gosto; amoras congeladas a gosto
néctar nativo
Bata no liquidificador o capim-cidreira com a água. Coe e bata o líquido novamente, junto com as polpas de amora. Adoce com o mel de abelha tubi a gosto.
para servir
Distribua amoras a gosto no fundo de taças para espumante e despeje o suco batido. Sirva imediatamente.
dica da chef experimente usar outras frutas no preparo desta bebida, como uvaia, abacaxi ou tangerina.
rendimento 6 porções preparo 10 minutos execução muito fácil
palmito cru com frutas assadas e calda nativa
1/2 manga cortada em lascas finas
2 lâminas de abacaxi cortado em triângulos
4 laranjinhas kinkan cortadas em lâminas
1 palmito cru cortado em lâmina grossa (aproximadamente 1cm)
8 colheres (sobremesa) de mel de abelha jataí
A chef Cláudia Mattos
palmito com frutas
Coloque todas as frutas em um refratário e leve-as ao forno alto, a 200ºC, por 30 minutos ou até ficarem douradas e com o sabor concentrado.
para servir
Distribua as frutas em quatro pratos e guarneçaas com os pedaços de palmito cru. Finalize o prato com duas colheres de mel para cada porção.
dica da chef as frutas utilizadas nesta receita podem ser substituídas por outras de sua preferência, como maçã, figo ou pera.
rendimento 4 porções preparo 40 minutos execução muito fácil